O dia 25 de fevereiro foi marcado por uma escolha histórica na política estadunidense. O presidente Joe Biden nomeou a primeira mulher negra para ocupar a Suprema Corte do país: Ketanji Brown Jackson, juíza federal que irá substituir Stephen G. Breyer no cargo. Ela também é a terceira afro-americana a integrar a autoridade máxima do Poder Judiciário nacional em 233 anos.
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Ketanji Brown Jackson durante a audição de confirmação da Comissão Judiciária do Senado, em 2021.
Ketanji Brown Jackson nasceu no ano de 1970 em Columbia, mas foi criada em Miami. Sua família era composta por grandes apreciadores do serviço público: os pais começaram a carreira como professores de escola pública enquanto dois de seus tios trabalhavam como agentes da polícia. Por isso, desde muito jovem, ela escolheu seguir um caminho parecido.
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Durante o ensino médio, Jackson foi campeã do time de debate e presidente de turma. Pouco tempo depois se formou em direito na prestigiada Universidade de Harvard, onde conheceu seu futuro marido, o cirurgião Patrick Jackson. Trabalhou como jurista para três juízes federais, dentre eles Breyer, a pessoa que substituirá atualmente na Suprema Corte.
Jackson discursando na Casa Branca entre o presidente Biden e a vice Kamala Harris após ser nomeada para a Suprema Corte.
Antes de ser anunciada para o cargo, Jackson atuou como defensora pública por oito anos no Tribunal Distrital dos Estados Unidos. Lá, presidiu centenas de casos, muitos deles contra decisões administrativas do governo de Donald Trump. Em uma ocasião, a juíza impediu que o presidente acelerasse o processo de deportação de imigrantes que haviam entrado ilegalmente nos Estados Unidos.
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A juíza tem um importante histórico como advogada de defesa criminal. Enquanto estava no gabinete federal de defesa pública de D.C., durante dois anos e meio, representou clientes indigentes em processos penais e prisioneiros detidos na Prisão de Guantánamo, Cuba.
Jackson também foi vice-presidente da Comissão de Condenação dos Estados Unidos e, pela indicação de Biden, membro da Corte de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Colúmbia. Sua escolha como integrante da Suprema Corte do país foi bastante defendida pelo presidente, que a considera “alguém de caráter extraordinário”.
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Jackson em seu escritório em Washington, D.C..
“Por muito tempo, o nosso governo e os nossos tribunais não se parecem com os Estados Unidos (…) Eu acredito que é hora de ter um tribunal que reflita os talentos e a grandeza da nossa nação, com um candidato de qualificações impressionantes, e que inspiremos todos os jovens a acreditarem que um dia eles podem servir o seu país ao mais alto nível”, declarou Biden.
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Diversos grupos que lutam pelos direitos civis celebraram a nomeação de Jackson e a importância da Suprema Corte americana não ser mais administrada apenas por homens brancos. “É um momento extremamente histórico para a nossa nação e, em particular, para a nossa comunidade”, afirmou Derrick Johnson, presidente da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP).
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